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Xepa da Vacina em São Gonçalo e Niterói, o que você precisa saber

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Xepa da vacina atende critérios de liberação, segundo recomendação do Ministério de Saúde. Foto: Marcelo Tavares

Quem não é do grupo prioritário para receber a vacina contra a Covid-19, ainda aguarda o momento de ser vacinado. No entanto, a popularização da 'xepa da vacina' tem atraído a atenção de quem deseja a imunização antes, independente do calendário determinado pelos municípios. Em São Gonçalo, por exemplo, já foram aplicadas em torno de 1.900 doses remanescentes.

Pensando nessa alternativa, uma estudante de 36 anos, moradora do bairro Parada 40 em São Gonçalo, que preferiu ter a identidade preservada, revela que que procurou o Posto de Atendimento Médico (PAM) de Neves na tentativa de ser imunizada no último sábado (12), mas não conseguiu. Segundo a jovem, a informação da direção do local era que as doses que sobrassem deveriam ser descartadas.

"Fiquei a semana inteira indo todos os dias no final da vacinação para ver se conseguia. No sábado, as enfermeiras perguntavam sobre a existência de pessoas com mais idade na frente, por serem a prioridade. Só tinha eu e mais três pessoas na fila, e no primeiro momento já ia ser providenciada a ficha para a aplicação, que tinha sobrado da Coronavac. Mas enfermeira voltou dizendo que infelizmente não poderia fazer a aplicação das sobras porque recebeu ordens para jogar fora. Fui até o administrador que me disse que por se tratar de Coronavac, não poderia aplicar e que tal conduta é uma orientação da Secretaria de Saúde. A indignação não foi pelo fato de não tomar vacina, e sim pelo descarte delas"

Em nota, a Prefeitura de  São Gonçalo, afirma que 'por determinação do Ministério da Saúde, não é recomendado usar a segunda dose para usar como primeira dose da vacina Coronavac, por isso, as doses não puderam ser aplicadas'. A nota confirma ainda que a orientação é mesmo o descarte.

A Secretaria de Saúde de São Gonçalo informa ainda que, 'seguindo a recomendação do Ministério da Saúde, quando há sobras de vacinas elas são aplicadas em pessoas a partir de 50 anos. Os profissionais que atuam na vacinação são orientados a manter rigoroso controle no atendimento, a fim de evitar que ocorram sobras'.   

A secretaria reitera que 'não há qualquer incentivo para que as pessoas fora da faixa etária determinada para a vacinação procurem os postos em busca do imunizante. Nos casos em que há sobras em frascos, os profissionais de saúde oferecem as doses a pessoas que estão acompanhando os idosos ou demais munícipes que estejam nas unidades de saúde para outros tratamentos (desde que tenham a partir de 50 anos).

Por fim, a prefeitura conclui que não está permitindo fila para aplicação da xepa da vacina. 'Como já reiteramos, a equipe é treinada para que não haja sobras e não iremos incentivar a procura, porque não há garantia de atendimento neste caso. Nem sempre há sobras, e quando isso ocorre o número é reduzidíssimo, já que cada frasco oferece dez doses. Pedimos para que tal conduta não seja incentivada'.

Niterói

Em Niteroi a Secretaria Municipal de Saúde informou que o município criou um fluxo de entrada nas unidades de vacinação até as 16h, com imunização até as 17h, o objetivo é para não ocorrer perda de doses.

De toda forma, a prefeitura esclarece que 'há uma orientação da Gerência de Imunização da Secretaria do Estado de Saúde do Rio de Janeiro, onde fala que para evitar a perda de doses da imunização da Covid-19, os profissionais devem ofertar as que sobram no final do dia criteriosamente aos indivíduos que estiverem dentro dos grupos prioritários do Plano Estratégico Municipal de Vacinação Contra a Covid-19, seguindo critérios do Ministério da Saúde'.

As prefeituras de Itaboraí e Maricá, procuradas para esclarecer sobre o assunto, não retornaram até o fechamento da reportagem.

Como funciona

O nome 'xepa' é em referência às sobras nas feiras. No caso da vacinas, desde fevereiro o Ministério da Saúde autorizou a medida que segue as diretrizes do instrutivo da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa): "quando houver frasco de vacina aberto no fim do expediente, para que não haja qualquer desperdício de dose, ela deve ser aplicada", diz o documento.

Segundo o Ministério da Saúde, a maioria dos frascos de vacina contém dez doses que depois de abertas não podem ser guardadas e correm o risco de perder a validade. Sendo assim, cada imunizante tem um tempo determinado de validade após a abertura das doses.  A da Pfizer pode ser conservada por até seis horas, já a Coronavac por até oito horas e a da Oxford/AstraZeneca, por até dois dias. 

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